3 passos para fazer uma logística de distribuição de alimentos eficiente
Realizar uma distribuição de alimentos de maneira eficiente requer diversas etapas. Conservar o produto e pensar em toda a logística realmente pode ser difícil para muitas pessoas.
Veja, nesse artigo, 3 passos e dicas de como fazer a distribuição de alimentos de maneira eficiente e eficaz.
Como funciona o gerenciamento da distribuição de alimentos? Veja como fazer!
O gerenciamento da cadeia de abastecimento de alimentos perecíveis é extremamente abrangente e complexo, porém os obstáculos aumentam na fase de distribuição de alimentos.
Isso se deve às dificuldades em assegurar a qualidade do produto além da necessidade de manter os custos logísticos e os níveis de serviço sob controle, principalmente em um país com dimensões continentais e condições geoeconômicas e de infraestrutura tão diversas.
Genericamente os alimentos perecíveis são aqueles que são sensíveis a qualquer tipo de deterioração, seja biológica, física ou química e que podem ter prejudicadas as suas qualidades para comercialização e consumo se não forem devidamente acondicionados na origem.
Para uma análise adequada da logística de distribuição de alimentos perecíveis é preciso que se considere os seguintes aspectos:
- Visão sistêmica da logística;
- Caracterização das restrições e condições para preservação;
- Acondicionamento (embalagem e unitizarão);
- Armazenagem (movimentações, estocagens, transferências e transbordos); e
- Transporte.
Visão sistêmica da logística.
Logística é um processo abrangente que integra o fluxo de materiais e informações, desde a fase de projeto e planejamento de um produto, recebimento de matérias-primas e componentes, produção, armazenagem, distribuição e transporte, de forma atender às necessidades do cliente.
Por sua vez, o ciclo descrito é apenas de um dos elos da cadeia de abastecimento de somente uma das empresas envolvidas. Se, por um lado, é importante a visão sistêmica, por outro é necessário o estudo individual das características, inter-relações e custos dos elementos.
- Logística de suprimentos: caracteriza o início de um ciclo a partir do projeto do produto e da previsão de demanda: lotes, compras, recebimento, estocagem de matérias-primas e insumos.
- Logística de produção: tem início com o planejamento, programação e controle da produção (PPCP), lotes, produção, manuseio, movimentação interna e estoques em processo.
- Logística de armazenagem: recebe os fluxos da produção e providencia a movimentação e estocagem de produtos acabados, unitizarão, processamento e expedição de pedidos. É responsável por conservar o produto.
- Logística de distribuição e transporte: efetua o planejamento da distribuição dos produtos alimentares (centralizada, CDs, atacadistas, varejistas, representantes, etc.).
Além disso, define as modalidades e rotas de transporte, sendo responsável desde a retirada dos estoques, expedição até a entrega no local designado pelo cliente.
- Fluxo de informações: é fundamental na logística para a distribuição de alimentos, contando com modernas ferramentas de TI (Tecnologia de Informação).
- Custo logístico: é soma dos custos de todos os elementos da cadeia logística, inclusive os relativos à administração do fluxo de informações.
Como definir os canais de distribuição dos alimentos da sua empresa?
É essencialmente necessário que o produto chegue até o cliente certo, na quantidade certa e no momento ideal, e isso também inclui a distribuição de alimentos.
Porém, muitos fabricantes não dispõem de recursos financeiros para comercializar diretamente seus produtos. Custaria muito dinheiro para uma empresa de balas, por exemplo, montar pequenas lojas em todo o Brasil a fim de atender seu público ou mesmo despachar seu produto pelo correio.
Para resolver isso, surgem os canais de distribuição de alimentos, com seus intermediários, que suprem parte do trabalho do fabricante. Veja!
- Principais intermediários:
Por meio de seus amplos contatos, experiências e escala de operação, os intermediários disponibilizam produtos e os tornam acessíveis ao mercado-alvo, preenchendo a lacuna de tempo e espaço entre quem fabrica e quem quer comprar.
Alguns exemplos dos principais intermediários atuantes em um canal de distribuição são:
- Varejista: realiza a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. Por exemplo: supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados etc.
- Atacadista: compra e revende mercadorias para varejistas, outros comerciantes, estabelecimentos industriais, institucionais e comerciais. Não vende em pequenas quantidades para clientes finais. Por exemplo: atacadista farmacêutico que vende apenas para farmácias.
- Distribuidor: vende, armazena e dá assistência técnica em uma área geográfica delimitada de atuação e, na maioria das vezes, busca atender demandas mais regionalizadas. Por exemplo: distribuidora de vinhos.
- Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas contratadas para vender produtos de uma empresa. Por exemplo: representantes de venda, corretores imobiliários, corretores de seguros etc.
Os canais de distribuição
A seleção e o gerenciamento dos canais de distribuição são umas das atividades fundamentais do marketing. Engloba a construção de uma série de mecanismos e de uma rede por meio da qual a empresa chega ao mercado, mantém-se em contato com seus clientes.
Além disso, realiza uma série de atividades fundamentais, que vão desde a geração de demanda até a distribuição de alimentos para os clientes.
Formas de distribuição
Existem três formas básicas de distribuição de produtos: exclusiva, seletiva e intensiva. A escolha de um canal de distribuição eficiente é uma importante etapa do marketing, pois é por meio dela que a empresa atingirá seu público-alvo.
- Sistema de distribuição exclusiva: Neste o próprio fabricante escolhe seus revendedores, autorizando-os a distribuir de forma exclusiva os produtos e controlando grande parte das atividades desses revendedores.
Assim, o fabricante deve vender por meio de um ou de poucos intermediários. Normalmente, é o sistema utilizado quando a natureza do negócio precisa da lealdade do distribuidor. Um bom exemplo são as concessionárias de veículos autorizadas.
Nesse sistema, quando se fala em varejo, os intermediários podem ser representantes comerciais, que levam o produto aos pontos de venda, ou redes de lojas que tenham a exclusividade na distribuição do produto.
- Sistema de distribuição seletiva: ocorre quando o fabricante vende por meio de um grupo selecionado de intermediários. É utilizado quando a natureza do negócio precisa de valorização.
Com isso, entende-se que os intermediários escolhidos são considerados os melhores para vender os produtos com base em sua localização, reputação, carteira de clientes e outros pontos fortes.
A distribuição seletiva é utilizada quando os clientes buscam produtos de compra comparada. Essa seleção de parceiros acaba tornando possível o desenvolvimento de relacionamentos mais estreitos com cada um deles, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertura do mercado com mais controle e menos custos.
- Sistema de distribuição intensiva: aplica a lógica de “quanto mais, melhor”. O fabricante vende por meio de tantos intermediários quantos forem possíveis. É utilizado quando se tem que ter grande disponibilidade do produto em um grande número de pontos de venda.
Essa popularização é saudável para produtos de alto consumo e pouco valor agregado. Um ótimo exemplo são os produtos de higiene e os alimentícios.
Nesse sistema, os pontos de venda podem ser alcançados por equipes de venda dos próprios fabricantes, por representantes comerciais ou atacadistas distribuidores. Equipes próprias podem ser utilizadas para atender grandes varejistas como hipermercados e redes de supermercados.
Que canal escolher? Qual o mais vantajoso para cada caso?
Para definir quais canais de distribuição utilizar em um negócio, é bom começar pela escolha da estratégia mais alinhada ao produto, ou seja, a distribuição de alimentos requer um canal realmente apropriado para este.
A distribuição intensiva deve ser usada se o produto tem baixo valor unitário e alta frequência de compra, pois assim ele será encontrado na maior parte das prateleiras.
Se for um produto que possa ser comparado com outro, é recomendada a distribuição seletiva, pois terá intermediários mais bem preparados para defender da melhor forma a marca.
Se o produto requer um esforço especializado de venda ou investimentos em estoques e instalações específicas, deve-se optar pela distribuição exclusiva. A exclusividade garantirá um apoio adequado ao produto, determinando até mesmo uma imagem de maior valor e luxo.
Algumas ações podem ajudar a subsidiar a sua decisão sobre qual tipo de distribuição é mais adequada:
- Avaliar mercados, reais e potenciais, a serem trabalhados.
- Determinar as características, os comportamentos e as necessidades dos clientes, assim como a quantidade, a dispersão geográfica e a frequência de compra.
- Determinar as características essenciais dos produtos quanto às dimensões e graus de padronização.
- Definir as características dos intermediários quanto ao tipo de transporte, ao sistema de equipamentos e armazenagem utilizado, à tecnologia da informação, entre outros.
- Avaliar as características ambientais relativas às condições locais, à umidade e à temperatura.
- Avaliar as empresas envolvidas quanto à solidez financeira, aos produtos, aos níveis de serviço, ao marketing, à marca, entre outros.
Dicas para melhorar a logística de distribuição de alimentos eficiente.
1. Utilize a embalagem correta para preservar o produto:
O tipo de embalagem é o primeiro fator a ser considerado na distribuição de alimentos. Assim, além da caixa ou pacote que envolve o produto, é importante adquirir os contentores e contêineres que serão utilizados desde a armazenagem, passando pelo transporte, até o ponto de venda.
A embalagem é realmente importante para a distribuição pois esta pode exercer as seguintes funções:
- Primária: é o tipo de embalagem que está em contato direto com o alimento;
- Secundária: é a bandeja ou o filme que envolve a embalagem primária;
- Terciária: é o contentor que reúne as embalagens secundárias de forma compacta e facilita o transporte da carga;
- Quaternária: é o palete padrão que unitiza as embalagens terciárias para o transporte;
- Quinaria: é um contêiner ou outro tipo de embalagem especial utilizada para o transporte.
2. Faça uso de código de barras para a distribuição de alimentos
O uso do código de barras permite que seus produtos estejam dentro dos padrões estabelecidos por lei. O código EAN-13 é universal e possui 13 dígitos. Ele também garante a adequação do produto dentro e fora do país.
3. Mantenha o local sempre higienizado e refrigerado.
Alimentos perecíveis merecem muita atenção quanto à forma de armazenamento, uma vez que estão sujeitos à contaminação por micro-organismos e deterioração em contato com o ambiente.
Assim, o armazenamento deve ter a temperatura ideal de refrigeração para a preservação das propriedades do alimento. O local precisa ser constantemente higienizado para que não ofereça nenhum risco de contaminação, de acordo com os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária — ANVISA.
Para a integridade dos produtos perecíveis, a temperatura assume uma importância fundamental. Os produtos alimentares devem ser mantidos a níveis baixos ao longo da cadeia de frio. No caso do transporte de alimentos refrigerados, é necessário assegurar que a circulação de ar não atinja temperaturas inferiores a -1 ºC.
4. Preserve o produto com a paletização
O sistema de transporte é um dos momentos mais delicados da logística da distribuição de alimentos, pois ele fica vulnerável ao clima e ao manuseio inadequado. Por isso, é preciso criar estratégias para preservá-lo durante o trajeto.
Dessa forma, é recomendável que os produtos sejam paletizados para fazer embarque e desembarque. Isso ajuda a evitar choque térmico e contaminação. Os responsáveis pelo transporte devem evitar o excesso de umidade e condensação, de acordo com o padrão exigido para cada tipo de alimento.
5. É preciso que você aumente a agilidade da logística para não perder os produtos perecíveis.
Lembre-se que os produtos perecíveis não podem passar muito tempo longe de um local seguro e refrigerado. Se o processo logístico for demasiadamente longo, isso pode significar prejuízos para sua empresa.
Por isso, os processos de armazenagem exigem muita atenção da equipe. No entanto, se o seu pessoal for preparado e tiver toda a infraestrutura necessária para remover, transportar e dar um destino correto ao produto, isso não será um problema.
Como você percebeu, é importante considerar que a embalagem certa ajuda a preservar a integridade do produto e a conservar o alimento.
Além disso, para fazer a distribuição de alimentos de maneira eficiente são necessários alguns cuidados, como a armazenagem correta, o transporte ágil, o clima adequado, entre outros fatores.
Espero que tenha gostado das orientações apresentadas. Até a próxima!
Boa as informações,estrutivas e útil para aquisição de conhecimento.
Excelente informações complementar para o meu auxilio no trabalho de portfolio agregando mais conhecimentos.
Excelente artigo! Faz um panorama completa da Cadeia de Suprimentos e da Logística, relacionado a Distribuição de alimentos. Peço até permissão para indicação e utilização nas minhas aulas de logística. Parabéns!