Pequenas empresas: quais as vantagens e desvantagens? Por que você deve começar uma hoje?
O papel das pequenas empresas no desenvolvimento tecnológico foi estudado, inicialmente, por Shumpeter. Nos seus estudos iniciais, por volta de 1909, o autor acreditava na importância da pequena empresa no processo de inovação, que ele chamava de destruição criadora.
Assim, em seus estudos mais recentes, Schumpeter propõe que, ao contrário, a inovação é originada em grandes empresas atuando em mercados concentrados.
Noteboom propõe uma síntese entre estas duas visões de Shumpeter, onde o papel das pequenas empresas seria o de implementar, aplicar, diferenciar e adaptar inovações dentro das “trajetórias tecnológicas”.
Veja mais sobre o assunto nesse artigo para conhecer as vantagens das pequenas empresas e dicas para sair da informalidade.
O crescimento atual das pequenas empresas.
As pequenas empresas respondem por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Juntas, as cerca de 9 milhões de micro e pequenas empresas no País representam 27% do PIB, um resultado que vem crescendo nos últimos anos.
Os dados inéditos são revelados pelo próprio presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “O empreendedorismo vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos e é fundamental que cresça não apenas a quantidade de empresas, mas a participação delas na economia”.
De acordo com o IBGE, em 1985, foi possível calcular em 21% a participação das pequenas empresas no PIB brasileiro.
Porém, como não havia uma atualização desse indicador desde então, a Fundação Getúlio Vargas avaliou a evolução das micro e pequenas empresas na economia brasileira, com a mesma metodologia utilizada anteriormente. Em 2001, o percentual cresceu para 23,2% e, em 2011, atingiu 27%.
Em valores absolutos, a produção gerada pelas micro e pequenas empresas quadruplicou em dez anos, saltando de R$ 144 bilhões em 2001 para R$ 599 bilhões em 2011, em valores da época.
Os valores foram apurados até 2011 para manter a mesma forma de cálculo considerando os dados do IBGE disponíveis sobre os pequenos negócios. A apuração foi feita com a soma das riquezas geradas por empresas de todos os portes nos setores de Comércio, Indústria, Serviços e Agroindústria.
As micro e pequenas empresas são as principais geradoras de riqueza no Comércio no Brasil, já que respondem por 53,4% do PIB deste setor. No PIB da Indústria, a participação das micro e pequenas (22,5%) já se aproxima das médias empresas (24,5%).
Além disso, no setor de Serviços, mais de um terço da produção nacional (36,3%) têm origem nos pequenos negócios. Os dados demonstram a importância de incentivar pessoas para abrir uma pequena empresa e qualificar os empreendimentos de menor porte, inclusive os Microempreendedores Individuais.
Isoladamente, uma empresa representa pouco. Mas juntas, elas são decisivas para a economia. Além de tudo isso, é preciso lembrar que os pequenos negócios também empregam 52% da mão de obra formal no País e respondem por 40% da massa salarial brasileira.
Os principais motivos para o bom desempenho dos pequenos negócios na economia brasileira são a melhoria do ambiente de negócios (em especial após a criação do Simples Nacional.
Este é um regime tributário diferenciado que contempla empresas com receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões, que é o limite que será de R$ 4,8 milhões em 2018.
Ele foi lançado no dia 30 de junho de 2007 para descomplicar a vida dos empresários de pequenas empresas.
Esses fatores têm motivado o brasileiro a empreender por oportunidade e não mais por necessidade. Antes era comum começar uma pequena empresa apenas quando não encontravam emprego.
Hoje, de sete a cada 10 pessoas iniciam um empreendimento por identificar uma demanda no mercado, o que gera pequenas empresas mais planejadas e com melhores chances de crescer.
- Quanto representa os pequenos negócios na economia brasileira?
27% do PIB, 52% dos empregos com carteira assinada, 40% dos salários pagos
e 8,9 milhões de micro e pequenas empresas.
Quais as vantagens de ter uma pequena empresa?
Tradicionalmente as grandes empresas são identificadas como os melhores empregadores, com maiores desafios e oportunidades de desenvolvimento profissional.
Porém, a realidade nem sempre é esta e, apesar de poderem ter menos recursos e a margem de progressão profissional ser, efetivamente, menor, existem diversos fatores que tornam a opção de trabalhar numa pequena empresa numa possibilidade interessante de carreira.
Veja algumas vantagens dos pequenos negócios!
- A flexibilidade é maior. Quem trabalha numa pequena empresa, acaba por envolver-se em várias áreas de atuação da empresa e, simultaneamente, em diversos projetos. Esse tipo de situação permite ganhar uma experiência enriquecedora e competências transversais.
- Em muitos casos, acontece que nas pequenas empresas as pessoas têm mais responsabilidades desde cedo. Da mesma forma, a progressão na carreira poderá ser mais acelerada do que no padrão normal das empresas maiores.
- Apesar de o ritmo de trabalho ser, em muitos dos casos, maior numa pequena empresa, a proximidade entre as pessoas permite manter com mais facilidade o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira.
- A relação de pessoas satisfeitas com o seu emprego é bastante superior nas empresas com menos de 100 colaboradores, quando comparada com as grandes empresas.
- Enquanto que nas grandes empresas os trabalhadores são, muitas vezes, vistos como mais um número, nas pequenas existe um maior reconhecimento do valor individual de cada colaborador.
- Diversos estudos confirmam que a taxa de rotatividade tem uma relação proporcional à dimensão da empresa, sendo significativamente mais baixa nas pequenas empresas.
- Nas pequenas empresas existe uma maior facilidade de comunicação interna. O fato de existir uma maior proximidade se traduz numa maior abertura para expressar e ouvir as opiniões de cada um.
- Devido dimensão mais reduzida, estas empresas não estão, normalmente, tão presas a processos burocráticos e formalidades desnecessárias, o que as torna mais ágeis e facilita o acompanhamento das tendências de mercado.
- O fato de as pessoas se conhecerem melhor e terem um relacionamento mais próximo, torna o ambiente nestas empresas muito mais agradável, estimulando o funcionamento das equipas para um fim comum.
- A interação entre pessoas de posições hierárquicas diferentes surge de forma mais natural. Não é raro, numa empresa pequena, que todos os colaboradores se conheçam pelo nome.
- Pela melhor comunicação e proximidade hierárquica, os colaboradores têm um maior impacto na organização e é mais provável verem as suas ideias postas em prática.
- Um profissional que trabalha numa pequena empresa consegue mais facilmente ter uma visão global do que é o negócio, ao contrário do que acontece por regra numa grande empresa onde podem existir várias ramificações do negócio principal.
Existem desvantagens em ter uma pequena empresa?
- Mais trabalho: É comum que exista muito mais trabalho numa pequena empresa, pois existem mais tarefas a cumprir. O mesmo trabalhador se divide em vários trabalhadores. Assim, acaba trabalhando sempre um pouco mais do que esperava.
- Insegurança: As pequenas empresas não conseguem oferecer os mesmos benefícios que as grandes empresas oferecem. Elas podem depender de clientes ou da situação do mercado e não garantirem a segurança desejada pelo trabalhador. Além disso, os pagamentos podem demorar a chegar!
- Estagnação: Numa pequena empresa o trabalhador pode exercer mil tarefas sem nunca ser promovido ou aumentado, por mais que ele mereça. Às vezes só saindo alguém é que se consegue subir de posto.
- Instalações: As instalações e os recursos da empresa são mais modestos do que os das grandes empresas. Muito frequentemente tem de ser o próprio trabalhador a melhorar o seu local de trabalho.
Comece hoje – Veja dicas para o crescimento da pequena empresa!
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que fazer uma empresa crescer e desenvolver leva tempo, sendo necessário sempre manter a calma e ter paciência.
Além disso, uma boa sugestão é buscar lições de práticas aplicadas por outras empresas e aprender com suas histórias de crescimento. Lembre-se sempre que, por melhores que sejam as práticas, elas na maioria das vezes precisam ser adaptadas à realidade da sua empresa para que possam ser bem implantadas e aproveitadas.
Também é necessário definir qual o caminho que se pretende percorrer, com metas de curto, médio e longo prazo, que deve ser estudado através do planejamento empresarial.
Somente a partir daí é que poderão ser identificadas quais outras ações se tornam necessárias, de modo a atingir esses objetivos e consequentemente fazer com que a micro ou pequena empresa mude de patamar.
Sem planos, a empresa está destinada a não chegar a lugar nenhum ou, na pior das hipóteses, falir. Um bom crescimento se faz a partir de objetivos a serem alcançados.
1. Encontre o equilíbrio financeiro da sua empresa.
Estabeleça quais são suas despesas e receitas e a partir daí faça os ajustes necessários, definindo objetivos estratégicos e um cronograma de pagamentos e recebimentos.
Elabore um fluxo de caixa, a fim de utiliza-lo como base em todas as decisões envolvendo investimentos (ou compra de produtos) para se tornar um MEI.
Providencie também o planejamento e controle do capital de giro, ele é mais necessário do que pode parecer, mesmo para as pequenas empresas, evitando a inadimplência, mantenha o equilíbrio entre os prazos de pagamentos e recebimentos, evite os desperdícios nas operações e fique atento ao giro dos estoques.
2. Preste atenção e dê valor aos seus funcionários.
Procure identificar quais são os talentos de seus funcionários, de modo que possam auxilia-lo nas diferentes etapas necessárias à gestão de uma empresa, da administração ao atendimento, especialmente se o ramo de trabalho envolver contato direto com o público.
Os funcionários são um dos recursos que podem fazer a empresa crescer rapidamente e bem.
3. Recursos Humanos.
Não tenha medo de investir em políticas diferenciadas de recursos humanos, busque ir além do básico de folha de pagamento, demissões e contratações.
Não utilize como critério de contratação o mais baixo salário que conseguir pagar, a economia momentânea implica, muitas vezes, em baixa produtividade e falta de qualidade no trabalho.
Após a contratação, integre o novo funcionário à empresa e dê o treinamento necessário. Nem sempre as pessoas sabem exatamente o que fazer ou como fazer. E procure manter o pessoal treinado na empresa. O custo envolvido na reposição de um funcionário é maior do que a concessão de alguns benefícios.
Para que sua empresa possa crescer, é fundamental que ela possua lucratividade. Por isso, tenha sempre o lucro como objetivo – otimizando procedimentos, definindo objetivos estratégicos e até mesmo delegando poderes/obrigações.
Assim, avalie quais situações na sua empresa podem causar desperdícios de tempo, de materiais ou mesmo das pessoas, tanto dos funcionários quanto dos clientes.
A empresa tem que funcionar como uma máquina perfeitamente ajustada para que possa ser rentável.
4. Mantenha clara a separação entre os recursos financeiros da empresa e os do proprietário
Para saber se a empresa é rentável, é necessário que o caixa do empreendimento e do proprietário sejam coisas distintas, com limites bem definidos – a empresa não pode funcionar como banco de crédito ilimitado para seu dono.
Além de prejudicar a contabilidade do negócio, a mistura pode gerar problemas tributários para a empresa e para a pessoa física, caso haja o entendimento por parte do fisco que impostos estão sendo sonegados.
Estabeleça um pró-labore fixo e, se surgirem despesas pessoais inesperadas, faça como qualquer assalariado: dê um jeito ou deixe para o mês seguinte.
5. Concorrência.
Evite desconhecer seus concorrentes; pelo contrário – saiba quem são e seja melhor do que eles. Não os imite. Equipamentos, procedimentos e produtos podem ser copiados, mas a qualidade e o talento das pessoas responsáveis não.
Agregue valor ao seu trabalho, diferenciando-o de forma que os clientes possuam motivos para buscar a sua empresa em vez do concorrente. Diferencie-se.
6. Tenha sempre em foco a satisfação do cliente
Busque sempre atender o cliente da melhor maneira possível: é ele quem vai proporcionar renda e lucro à empresa, e um cliente satisfeito sempre volta, além de trazer outros.
Não os ignore; busque conversar com os clientes, compreender os problemas e solicitações, entender os questionamentos da perspectiva dele. É assim que as pequenas empresas conquistam seu espaço.
Espero que tenha gostado das dicas e orientações sobre o assunto. Até breve!
As dicas aqui apresentadas, foram de grande utilidade: começou pela busca de lições práticas, por parte do empresário, calmo e paciente. Este, por sua vez, se conhecendo o suficiente para manter uma boa sinergia com seus clientes, visando conquistar seu espaço.